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O Senhor ate hoje temjurado fidelidade em nossas vidas
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sábado, 20 de fevereiro de 2010

Índice




1-Introdução……………………………………………………………..1
2-Desenvolvimento……………………………………...........................2
2.1-Origem etimológico da palavra alambamento……………………….3
2.2-O alambamento……………………………………………………...4
2.3-O alambamento, prova de um contrato matrimonial…………………5
2.4-O alambamento é uma indemnização………………………………...6
2.5-Abusos e deformações do alambamento……………………………..7
3.Conclusão……………………………………………………………...8




























INTRODUÇÃO

O noivado banto (empregamos estes termos para abarcar todos os actos preliminares). Deve ser situado dentro do contesto sócio religioso dos grupos que desejam o casamento dos seus membros. Preenchem um tempo de conversações, negociações e convénios entre ambos, já que desejam estabelecer uma aliança matrimonial que embora fundada num contrato, assenta sobre tudo no acordo amistoso, numa promessa e numa aceitado.

Este período de preparação para o casamento, costuma-se dividir em três tempo.

O primeiro: compreender as conversações entre dois grupos sobre a conveniência do casamento, costume e qualidade dos dois jovens, capacidade do trabalho, docilidade e defeito.

Segundo: combino o alambamento que a família do rapaz deve entregar a da rapariga.

Depois de combinar esta quantia, pode se dizer que o contrato pré nupcial já esta fixada e os dois jovens ficam comprometidos. Os convidados fazem de testemunha deste acordo que adquire característica de alegre paternidade colectiva visto que os dois grupos se prologam e enriquece. Isto supõem sobre tudo um enriquecimento social para eles, já que encetam ou renovam amigáveis alianças. Esta profunda dimensão de contrato deve ser sancionada pelos mais velhos, que a não podem deixar em mãos de jovens inexperientes.

O terceiro momento, preenche o tempo necessário para realiza o casamento: a preparação da casa, o enxoval e a compra necessária para ritos matrimoniais.

Desta forma vou me debruçar sobre o segundo passo.
















DESENVOLVIMENTO

ORIGEM ETIMOLÓGICA

O substantivo da língua kimbundo “Kilembo” significa soma de géneros, artigos ou dinheiro. E verbo também Kimbundo “Kulemba” significa prestar a homenagem ao futuro sogro por meio de presentes convencionais. Alambamento, deriva directamente este verbo depois suprimir o radical infinitivo “ku” e de lhe acrescentar a desinência “mento” por influencia do português.

Do mesmo modo, surgiram outras palavras como “Xinguilamento”, “sunguilamento”, “subulamento”.

O alambamento

A entrega de certas quantias de dinheiro, objecto, bebidas e animais que a família do noivo faz a da noiva deve preceder os casamentos tradicionais. A família do noivo, em troca recebe um novo valor, a mulher.

Chamamos “alambamento” este conjunto de preparativos e entrega que preparam e legitimam o casamento. Uma família, junta a quantidade de bens necessário para que o membro seu receba uma mulher de outro grupo, que enriquecerá o grupo com os filhos e o trabalho agrícola. A outra família, condivide os bens recebidos.

Este costume aparece tão difundido que especificam o casamento negro-africano. Nota-se porem que não se fala de “compra” ou de “venda” embora esta instituição de asas a abusos e prepotências que a deformam.

Os bens que compõem o casamento segundo as regiões, níveis, tipos de economia e proximidade dos ambientes. A beleza e a juventude da mulher, seus dotes e preparação tem sem dúvida, influencia; a jovem educada alem de ter a instrução, sabe cozinhas, lavar e passar a ferro, e mais valorizada. O mesmo acontece a mulher que deu provas de sua fecundação ou demonstrou a sua perícia e a sua laboriosamente.

Em muitos grupos, a virgindade reveste-se de valor notável. A condição social pode também fazer encarecer o alambamento. Não esqueçamos que no interior dessas sociedades aparecem bem delimitadas as camadas sócias. E uma jovem que transmite a sua nobreza, detém uma especial dignidade.

O alambamento pode ser composto de objecto de utilidade como alimentos, artesanato, pérolas, álcool, armas, utensílios de lavoura, e roupas. Outros podem basear-se no dinheiro ou nos animais domésticos, vacas, cabras e ovelhas. Normalmente, e um conjunto destas coisas. Hoje, em quase todos os casos, entra dinheiro, bebidas, animais e roupa.

É corrente entregar uma vaca, garrafões de vinho ou agua ardente, uma cabra, quantias de dinheiro e auxiliam bastante. A entrega tem prazos marcados.

Assim sendo, podemos destacar de forma detalhada os artigos requeridos de três grupos sócias de Angola. Estes são:

Ø Kimbundos.
Ø Ambundos.
Ø Kuanhamas.

Entre os kimbundos constam o penhor dos seguintes artigos:

1. Quinda kia cassanga— significado; uma cesta Grande da ilha da cazanga.
2. Mãcania ma micolu— significado; tabaco em tranças.

Ofertas para sogra.

- Gengibre e cola
- Vinho do porto.
- Uma camisa ou blusa.
- Uma toalha ou blusa.
- Um lenço para cabeça.
- Maços de tabaco.
- Uma peça de pano

Ofertas para o pai.

- Maços de tabaco.
- Um pacote de fósforo.
- Um cachimbo.

Todos estes artigos são colocados dentro do cesto e ainda dois ou três garrafões de vinho abafado, garrafões de vinho branco, vinho palheto e dinheiro.

Entre os Ambundos, constam o penhor dos seguintes artigos:

1. Mil kwanzas, um bode, dez litros de vinho tinto, uma grade de cerveja, uma grade de gasosa, carta de pedido contendo cem USD.

Artigos para o pai.

- Um facto completo, um cinto um chapéu, uma gravata, um par de sapato, dois pares de meias.

Artigos para mãe.

- Um facto de senhora, 4 panos, dois lenços e um par de sapatos para senhora.

Artigos para o tio materno:

- Um fato, um par de sapatos e um par de meias.

Artigos para tia paterna:

- 4 Panos, dois kimones e dois lenços.

O dote

-Mil kwanzas, seis grades de cervejas, seis grades de gasosa, dez litros de vinho tinto, um volume de cigarro, um volume de fósforo, dez alfinetes, dois espelhos grandes, dois jogos de missanga ou colares, dois pares de brincos duas barras de sabão, um litro de petróleo, dois litros de vinho do porto, cinco sabonetes.

Alambamento do grupo Kuanhama.

O alambamento e constituído, essencialmente por um boi, destinado ao pai da noiva, e varias enxadas para mãe. Não e considerado dote nem compra, muito embora tenha carácter de investimento. É antes uma compreensão e funciona como seguro de casamento. De facto a família da noiva perde um elemento de trabalho e recebe um boi e as enxadas. Por outro lado, a família da esposa tudo fará para que o casamento não se desfaça por culpa desta, afim de evitar a restituição do alambamento.



















O ALAMBAMENTO, PROVA DO CONTRATO MATRIMONIAL.

O alambamento serve de instrução oficial e publico para garantir e provar o consentimento dos dois grupos; é laço definitivo e específico, é título com valor jurídico para realizar aliança matrimonial. Afirma a aliança e conclui a sua solidariedade física e mística.

Vale como instrumento comprovativo público do consentimento inter grupal. Sohier um dos sociólogos chegou a dizer que é a “arca da aliança” das duas famílias. Encerra a fase do entabulamento de alianças e decide o segundo grupo de formalidades que preparam o acto matrimonial. Por isso, deve ser entregue em publico por um agente testemunho e testificado pelas duas famílias.

É prova testemunhal do casamento. É uma prova convincente… uma presunção para a existência do casamento… é uma prenda tangível, um sinal exterior do contrato matrimonial.

Em muitos casos ate se converter na condição fundamental que valida o contrato matrimonial. A jovem “alambada” esta casada jurídica e realmente. Como o alambamento não se transforma em objecto de troca e venda, visto que é propriedade de quem constituem enquanto dura o casamento, representa um título instrumental da prova do contrato sinalagmático. Significa e realiza a união matrimonial e a solidariedade aliança.
























O ALAMBAMENTO É UMA INDEMNIZAÇÃO.

O alambamento procura sem duvida a compreensão e a indemnização. Falando das sociedades agrícolas pastorais que não superarão completamente o regime de subsistência e de trocas. A jovem é uma fonte de riqueza. Ao cede-la, a sua família perde braços. Alem dos filhos, riqueza económicas, politica, social e religiosa, ele trabalha na agricultura. A sua família perde este valor em proveito da do marido. É justo que se atenue esta perda, se compense e se substitua a sua ausência produtiva e que, em certa medida, se repare o dano.
“A mulher não se compra; indemniza-se a família. A prova disso é quando sofre ofensa do marido retira-se para a casa dos pais e ele que vai humilhar-se oferecer uma reparação”.































ABUSOS E DEFORMAÇÕES DO ALAMBAMENTO.

Nos últimos tempos, o alambamento tem originado abusos nefastos que corrompem com frequência os seus valores originais, ate ao ponto de que se intenta abolir esta instituição.

Temos que reconhecer que deixa abertas muitas brechas por onde se pode infiltrar o egoísmo e o hedonismo, ate ao ponto de a deformar e de a tornar imoral, injusta e origem de violência opressora para a mulher. Os seus valores primários foram suplantados com demasiada frequência.

Mercantilisou-se. A introdução do sistema monetário polarizou o alambamento no dinheiro e destorceu os mecanismos tradicionais. Os tutores transformaram a mulher em fontes de ingressos, em objecto cobiçado de lucros desmedidos. Os homens aproveitaram a instituição para alimentar as suas paixões e solidificar uma prepotência, que contraria a tradição e que rebaixa a mulher ate a colocar a mercê dos seus caprichos.

A perda de valores tradicionais e a evolução do sistema económico, abalaram-na, embora conserve ainda o sentido ancestral na maioria dos grupos em regime tradicional.
O dinheiro deturpou o seu genuíno significado e institucionalizou “um preço” para a mulher; tornaram-se normais grosseiras transacções de compra e venda.






















CONCLUSÃO

Depois dos argumentos tratados neste trabalho, cheguei a seguinte conclusão:

O alambamento é uma cerimónia tradicional instituída pelos nossos ancestrais que visa a união entre um homem e uma mulher; e ainda, tive a oportunidade de apresentar a diferencia existente entre o alambamento do grupo social Kimbundo, Ambundo e Kuanhama. Esta diferencia consiste no que tange aos requisitos que q família do noivo deve entregar no ato do alambamento; e também podemos compreender que o noivo faz a entrega destes bens de maneira a agradar a família da jovem e também respeitando os padrões das nossas tradições.



































Bibliografia




Autor: p. Raul Raiz Asúa Altuna
Titulo: Cultura tradicional bantu pg: 324-338
Internet,
Site:

3 comentários:

  1. gostei do trabalho, por sorte estava mesmo a precisar deste trabalho cujo o tema é o alambamento. obrigado
    de: Dilson

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  2. Kimbundu é a língua grupo Sociolinguístico Ambundu...

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